TOCA

A experiência é

Não é alguma coisa

A maneira que se entrega não é medida de fé

Nem sua execução como finalidade

O que importa é o ponto que parte

E se transforma em partes

A que fica e a que caminha

Tem prece bem silenciosa

É barulhenta a minha

Mania de santo louco

Santificar-se em nome de um santo santificado por outro

Ave Maria, foram tantas

Orar demais dá câimbra

Se a mão não exercita

Ficar preso em seu nome

É a prova de que o ser humano é humano demais para apenas ser

É medo de engordar no país da fome

Pais e mães esnobam

Outras mães e pais com filhos, sem abrigos

E a falha, cês sabem, tá no poder do homem

Tem mulher que tem caralho

Rainhas de paus existem

Não, não é só no baralho e nem pelo seu fetiche

Agora que eu sou casa não quero ser mais vitrine

O meu corpo é só uma casca pra que a minha filha viva

Pra essa folha ser escrita teve que amadurecer

Fica velha e cair no chão para adubo ser

E eu não dou sopa

Cê sabe eu sou a moça

Eu sou a moça que chegou

Que chegou pra lhe abusar

Não, eu não mosco, mesclado é ruim, eu não gosto

Mesmo tendo a planta, não vai me aliviar

E eu vou crescer, eu vou me apaixonar

Por tantos corpos, mentes, mantras

Montes, verdes e laranjas

E eu não dou sopa

Cê sabe eu sou a moça

Eu sou a moça que chegou

Que chegou pra lhe abusar

Não, eu não mosco

Mesclado é ruim, eu não gosto

Mesmo tendo a planta, não vai me aliviar