Pai Celestial

Esta é uma mensagem além dos horizontes

Aonde só vai nosso pensamento e nossas orações

Patrão celestial me arrume pousada

Que eu venho sem nada, faminto e exausto

Vim de enchente seca no planeta Terra

Que agora tá em guerra, virou um holocausto

Me empresta teu sol, quero esquentar uma água

Pra sorver as mágoas, chimarreando alpedo

Me dê um arco-íris, que eu preciso um pala

E uma nuvem rala pra usar de pelego

Me dê um arco-íris, que eu preciso um pala

E uma nuvem rala pra usar de pelego

Se tiver cavalo me adelgace um baio

Com a força do raio e a destreza da luz

Me dê duas estrelas pra pôr nas esporas

Que eu corto caipora, do focinho às cruz

Se puder me hospede em um quarto de lua

Que estou de alma nua, com a dor dos açoites

Perdoe a franqueza em lhe contar um desejo

Que eu quero dar um beijo na boca da noite

Perdoe a franqueza em lhe contar um desejo

Que eu quero dar um beijo na boca da noite

Se aí tem rodeio, me convide um dia

Me dê as três Maria que é certo o troféu

Vou bolear um futuro pro povo da Terra

Sem seca, sem guerra, igual aqui no céu

Me dá um ajutório, também sou teu filho

Me empresta o tordilho do santo guerreiro

Quero recorrer tua pampa azulada

E ver se tem pegada pra um índio campeiro

Quero recorrer tua pampa azulada

E ver se tem pegada pra uns índio campeiro