Lyrics

Pela janela entreaberta do galpão,
contemplo a chuva sobre o verde do potreiro.
Ronco a bomba e me paro pensativo
Enquanto o angico se consome no braseiro...
Atiço o fogo pra aquecer o pensamento,
fecho o palheiro que sovei com toda a calma.
Em contraponto à fumaça do galpão,
um mês de agosto se fez poncho em minha alma.
Por que será que estes campeiros partiram?
Aqui deixando seus arreios pendurados.
Feito recuerdos de quem foi pra não voltar,
levando junto tantos sonhos emalados.
Ficaram vozes ecoando no galpão,
da peonada encilhando seus cavalos.
Contando causos, de carreira e assombração,
nas madrugadas, ao som do cantar dos galos.
Ainda escuto o relincho dos cavalos,
tinir de esporas e retoços na mangueira.
Guardo comigo a imagem bem gravada,
de algum campeiro apeando na porteira.
Progresso maula que findou com as tropeadas,
tal qual o fogo que se finda em suas brasas.
A embuçalar sonhos antigos na memória,
pra ser história a rondar as velhas casas.
Written by: Antonio Augusto Zanella, Sabani Felipe de Souza
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