Credits
AUSFÜHRENDE KÜNSTLER:INNEN
2N
Stimme und Gesang
KOMPOSITION UND LIEDTEXT
Cauã Felipe Santanna Da Silva
Komponist:in
PRODUKTION UND TECHNIK
2N
Produzent:in
Lyrics
Yeah...
Rio de Janeiro...
Cria do silêncio...
Nunca foi sorte, sempre foi sangue...
Cresci no subúrbio, onde o sol nem brilha,
Mente de adulto num corpo de criança que ainda caminha.
Com dez já pagava as conta, sem ninguém do lado,
O mundo girava e eu firme, no corre calado.
Nada de escola, caderno ou brinquedo,
Só conta vencida e olhar com segredo.
A vida me deu golpe antes do primeiro beijo,
Mas fui adotado e ali vi meu primeiro lampejo.
Mesmo assim, o erro me seguia,
Atrasado na escola, mas com visão que ninguém entendia.
Último ano, farda no peito, exército me chamou,
Mas liberdade não combina com quem já sangrou.
Sou cria do silêncio, filho do aço,
Andei com a dor, mas nunca dei passo em falso.
Preso sem crime, livre sem razão,
Minha história é cicatriz virando canção.
No quartel não fui cão, nem peão do sistema,
Falei demais, fui preso — esse foi meu dilema.
Expulso por pensar, não por fazer errado,
Falar verdade é crime no quartel fardado.
Saí pra pista, fiz de tudo um pouco,
De caixa a garçom, de chão sujo a sufoco.
Sempre fui bem, mas o mundo é ingrato,
Me tiraram do jogo como quem apaga um ato.
Outras vezes fui eu que disse: “não é meu lugar”,
Meu sonho é maior que essa fila pra pagar.
Não nasci pra relógio, cartão ou patrão,
Tenho o dom da palavra e alma em combustão.
Sou cria do silêncio, filho do aço,
Cada queda foi impulso pro meu passo.
Tentaram calar, mas minha rima é chão,
Sou voz do perdido, eco da multidão.
Eles nunca entenderam...
O silêncio ensina mais que o grito...
E eu aprendi.
Sou cria do silêncio, da rua, do nada,
Mas carrego no peito a força da caminhada.
Se a vida foi dura, eu fui mais ainda,
Rap é meu grito, e a dor, minha rima.
Written by: Cauã Felipe Santanna Da Silva