Embrujos de Chamamé

Minha cordeonita é um rio...

Mi pueblo é alma de mar...

Sou a água marejada

Que faz meu verso cantar...

São torcazas na garganta

E esperança en el tapé

Onde ruínas se ergueram

Ante o tempo imaguaré!

Sou pranto avá guarany

Sob a lua missionera

Quando o uivo de um guará

Chora em voz chamamecera...

Y el m´baracá dos ventos

É som de taba guaranyeté

Levando pra o mundo novo

O mais remoto chamamé!!!

Por isso que, quando canto,

Choro as vozes do Uruguai,

Imitando o timbre antigo

Dos ecos de um sapucay!!!

Vendo cestos nas estradas

Pra quem não me vê cantar,

Mas meu ancestral me embruja

Com a voz que não vai calar...

É o chamamé, no rio, que vou,

E vai também para algum mar:

...E acende a esperança índia

Que faz meu mundo cantar!!!

Los pomberos musiqueros

Y el yaci-yateré

Cantan en mi voz guarany

Mi pueblero guayaqui,

Con embrujos de chamamé!!!