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AUSFÜHRENDE KÜNSTLER:INNEN
Seu Jorge
Seu Jorge
Künstler:in
Racionais MC's
Racionais MC's
Künstler:in
Pretinho da Serrinha
Pretinho da Serrinha
Percussion/Schlagzeug
Jorge Quininho
Jorge Quininho
Percussion/Schlagzeug
Adriano Trindade
Adriano Trindade
Schlagzeug
Rodrigo Tavares
Rodrigo Tavares
Tasteninstrumente
Sidão Santos
Sidão Santos
Bass
Claudio Andrade
Claudio Andrade
Tasteninstrumente
Fernando Vidal
Fernando Vidal
E-Gitarre
Jr. Gaiatto
Jr. Gaiatto
Geige
DJ Cia
DJ Cia
Programmierung
Fernando Basto
Fernando Basto
Tenorsaxofon
Paulinho Viveiro
Paulinho Viveiro
Trompete
Edy Trombone
Edy Trombone
Posaune
KOMPOSITION UND LIEDTEXT
Mano Brown
Mano Brown
Songwriter:in
Jocenir
Jocenir
Komponist:in
PRODUKTION UND TECHNIK
Seu Jorge
Seu Jorge
Produzent:in
Paula Lavigne
Paula Lavigne
Produzent:in

Lyrics

[Verse 1]
Aqui estou mais um dia
Sob o olhar sanguinário do vigia
Você não sabe como é caminhar
Com a cabeça na mira de uma HK
Metralhadora alemã ou de Israel
Estraçalha ladrão que nem papel
[Verse 2]
Na muralha ou em pé
Mais um cidadão José
Servindo o estado um PM bom
Passa fome metido a Charles Bronson
Ele sabe o que eu desejo
Sabe o que eu penso
[Verse 3]
O dia tá chuvoso, o clima tá tenso
Vários que tentaram fugir, eu também quero
Mas de um a cem a minha chance é zero
(Será) que Deus ouviu minha oração
(Será) que o Juiz aceitou apelação
[Verse 4]
Eu mando recado lá pro meu irmão
Se tiver usando, tá ruim na minha (Mão)
Ele ainda tá com aquela mina
(Pode crer)
Pode crer moleque é gente fina
Tirei um dia a menos ou um dia a mais
Sei lá tanto faz o dias são iguais
[Verse 5]
Acendo um cigarro e vejo o dia passar
Mato o tempo pra ele não me matar
Homem é homem mulher é mulher
Estuprador é diferente né
E toma soco toda hora, ajoelha e beija os pés
E sangra até morrer na rua 10
[Verse 6]
Cada detento uma mãe uma crença
Cada crime uma sentença
Cada sentença um motivo uma história
De lágrimas, sangue, vidas e glórias
Abandono, miséria, ódio, sofrimento
Desprezo, desilusão, ação do tempo
[Verse 7]
Misture bem essa química e pronto
Eis um novo detento (É)
Lamentos no corredor, na cela, no pátio
Ao redor do campo, em todos os cantos
Mas eu conheço o sistema meu irmão
Aqui não tem santo
[Verse 8]
Ratatatá
Que o safado faça minha mãe chorar
Minha palavra de honra me protege
Pra viver no país da calça bege
Tic tac ainda é nove e quarenta
O relógio da cadeia anda em câmera lenta
[Verse 9]
Ladrão, ratatatá mais um metrô vai passar
Com gente de bem, apressada, católica
Lendo o jornal, satisfeita, hipócrita
Com raiva por dentro a caminho do Centro
[Verse 10]
Olhando pra cá curiosos é lógico
Não, não é não, não é o zoológico
Minha vida não tem tanto valor
Quanto seu celular, seu computador
[Verse 11]
Hoje tá difícil não o saiu o sol
Hoje não tem visita, não tem futebol
Alguns companheiros têm a mente mais fraca
Não suporta o tédio arruma criaca
[Verse 12]
Eu, graças a Deus e à Virgem Maria
Faltam só um ano, três meses e uns dias
Tem uma cela lá em cima fechada
Desde terça-feira ninguém abre pra nada
Só o cheiro de morte e Pinho Sol
Um preso se enforcou com lençol
[Verse 13]
Qual que foi, quem sabe, não conta
Ia tirar mais uns seis de ponta a ponta
Nada deixa um homem mais doente
Que o abandono dos parentes
[Verse 14]
Aí moleque me diz então cê quer o que
A vaga tá lá esperando você
Pega todos seus artigo importado
Seu currículo no peito e limpa o rabo
[Verse 15]
A vida bandida é sem futuro
Sua cara fica branca desse lado do muro
Já ouviu falar de Lúcifer
Que veio do inferno com moral um dia
Mas no Carandiru (Não) ele é só mais um
Comendo rango azedo com pneumonia
[Verse 16]
Aqui tem mano de Osasco, do Jardim d'Abril
Parelheiros, Mogi, Jardim Brasil
Bela Vista, Jardim Angela
Heliópolis, Rio de Janeiro tem, Paraisópolis
[Verse 17]
Ladrão sangue bom tem moral na quebrada
Mas pro estado é só um número mais nada
Nove pavilhões sete mil homens
Que custam trezentos reais por mês cada
[Verse 18]
Na última visita o neguinho veio aí
Trouxe umas fruta, Marlboro, Free, ligou
Que um pilantra lá da área voltou
Com Kadett vermelho placa de Salvador
Pagando de gatão ele xinga, ele abusa
Com uma nove milímetro embaixo da blusa
[Verse 19]
Aí neguinho vem cá e os mano onde é que tá
Lembra desse cururu que tentou me matar
Aquele puto ganso pilantra corno manso
Ficava muito doido e deixava a mina só
A mina era virgem e ainda era menor
Agora faz chupeta em troca de pó
[Verse 20]
Esse papo me incomoda, se eu tô na rua é foda
É, o mundo roda ele pode vir pra cá
Porque não, já, já meu processo tá aí
Eu quero mudar, eu quero sair
Se eu trombo esse fulano não tem pá, não tem pum
Vou ter que assinar o cento e vinte e um
[Verse 21]
Amanheceu com Sol, dois de outubro
Tudo funcionando limpeza, jumbo
De madrugada eu senti um calafrio
E não era do vento, não era do frio
Acerto de conta tem quase todo dia
Ia ter outra logo mais, hã, eu sabia
[Verse 22]
Lealdade é o que todo preso tenta
Conseguir a paz de forma violenta
Se um salafrário, sacanear alguém
Leva ponto na cara igual Frankenstein
Fumaça na janela tem fogo na cela
Fudeu, foi além, se pã, tem refém
[Verse 23]
A maioria se deixou envolver
Por uns cinco, seis que não têm nada a perder
Dois ladrões considerado passaram a discutir
Mas não imaginavam o que estaria por vir
[Verse 24]
Traficantes, homicidas, estelionatários
E uma maioria de moleque primário
Era a brecha que o sistema queria
Avisa o IML chegou o grande dia
Depende do sim ou não de um só homem
Que prefere ser neutro pelo telefone
[Verse 25]
Ratatatá caviar e champanhe
Fleury foi almoçar que se foda a minha mãe
Cachorros assassino, gás lacrimogêneo
Quem mata mais ladrão ganha medalha de prêmio
O ser humano é descartável no Brasil
Como Modess usado ou Bombril
(Cadeia) claro que o sistema não quis
Esconde o que a novela não diz
[Verse 26]
Ratatatá sangue jorra como água
Do ouvido, da boca e nariz
O Senhor é meu pastor perdoe o que seu filho fez
Morreu de bruços no salmo 23
[Verse 27]
Sem padre, sem repórter, sem arma, sem socorro
Vai pegar HIV na boca do cachorro
Cadáveres no poço, no pátio interno
Adolf Hitler sorri no inferno
[Verse 28]
O Robocop do governo é frio
Não sente pena só ódio e ri como a hiena
Ratatatá Fleury e sua gangue
Vão nadar numa piscina de sangue
Mais quem vai acreditar no meu depoimento
Dia 3 de outubro diário de um detento
Written by: Jocenir, Mano Brown
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