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Capítulo 4 Versículo 3 - Racionais Mcs
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Credits

AUSFÜHRENDE KÜNSTLER:INNEN
Racionais MC's
Racionais MC's
Künstler:in
KOMPOSITION UND LIEDTEXT
Mano Brown
Mano Brown
Songwriter:in

Lyrics

[Intro]
60% dos jovens de periferia sem antecedentes criminais
Já sofreram violência policial
A cada 4 pessoas mortas pela polícia, 3 são negras
Nas universidades brasileiras, apenas 2% dos alunos são negros
A cada 4 horas, um jovem negro morre violentamente em São Paulo
Aqui quem fala é Primo Preto, mais um sobrevivente
[Verse 1]
Minha intenção é ruim, esvazia o lugar
Eu tô em cima, eu tô afim, um, dois pra atirar
Eu sou bem pior do que você tá vendo
O preto aqui não tem dó, é 100% veneno
[Verse 2]
A primeira faz bum, a segunda faz tá
Eu tenho uma missão, e não vou parar
Meu estilo é pesado, e faz tremer o chão
Minha palavra vale um tiro, eu tenho muita munição
[Verse 3]
Na queda ou na ascensão, minha atitude vai além
E tem disposição pro mal e pro bem
Talvez eu seja um sádico, ou um anjo
Um mágico, o juiz ou réu, o bandido do céu
Malandro ou otário, padre sanguinário
Franco atirador se for necessário
[Verse 4]
Revolucionário, insano ou marginal
Antigo e moderno, imortal
Fronteira do céu com o inferno
Astral imprevisível
Como um ataque cardíaco do verso
[Verse 5]
Violentamente pacífico
Verídico, vim pra sabotar seu raciocínio
Vim pra abalar seu sistema nervoso, e sanguíneo
Pra mim ainda é pouco, Brown cachorro louco
Número um dia, terrorista da periferia
Uni-duni-tê, eu tenho pra você
[Verse 6]
Um rap venenoso ou uma rajada de PT
E a profecia se fez como previsto
Depois de Cristo (1-9-9-7)
A fúria negra ressuscita outra vez
Racionais Capítulo 4, Versículo 3
[Chorus]
Aleluia
Aleluia
Racionais no ar, filhas da puta, pá, pá, pá
[Verse 7]
Faz frio em São Paulo
Pra mim tá sempre bom
Eu tô na rua de bombeta e moletom
Dim, dim, dom, rap é o som
Que emana no Opala marrom
[Verse 8]
E aí, chama o Guilherme
Chama o Vander, chama o Dinho e o Di
Marquinho chama o Éder, vamo aí
Se os outros manos vem
Pela ordem tudo bem melhor
Quem é quem no bilhar no dominó
[Verse 9]
Colou dois mano, um acenou pra mim
De jaco de cetim, de tênis e calça jeans
[Verse 10]
Ei Brown, sai fora nem vai, nem cola
Não vale a pena dar ideia nesses tipo aí
Ontem à noite eu vi na beira do asfalto
Tragando a morte, soprando a vida pro alto
Ó os cara só pó, pele o osso
No fundo do poço, vários flagrante no bolso
[Verse 11]
Veja bem, ninguém é mais que ninguém
Veja bem, veja bem, eles são nosso irmãos também
Mas de cocaína e crack, Whisky e conhaque
Os manos morrem rapidinho sem lugar de destaque
[Verse 12]
Mas quem sou eu pra falar de quem cheira ou quem fuma
Nem dá, nunca te dei porra nenhuma
Você fuma o que vem, entope o nariz
Bebe tudo o que vê, faça o diabo feliz
[Verse 13]
Você vai terminar tipo o outro mano lá
Que era um preto tipo A
Ninguém entrava numa, mó estilo
De calça Calvin Klein e tênis Puma (É)
Um jeito humilde de ser, no trampo e no rolê
[Verse 14]
Curtia um Funk, jogava uma bola
Buscava a preta dele no portão da escola
Um exemplo pra nós, mó moral, mó ibope
Mas começou colar com os branquinhos do shopping (Aí já era)
[Verse 15]
E, mano outra vida, outro pique
Só mina de elite, balada, vários drink
Puta de butique, toda aquela porra
Sexo sem limite, Sodoma e Gomorra
[Verse 16]
Hã, faz uns nove anos
Tem uns quinze dias atrás, eu vi o mano
Cê tem que ver, pedindo cigarro pros tiozinho no ponto
Dente tudo zoado, bolso sem nenhum conto
[Verse 17]
O cara cheira mal, as tia sente medo
Muito louco de sei lá o que, logo cedo
Agora não oferece mais perigo
Viciado, doente, fodido, inofensivo
[Verse 18]
Um dia um PM negro veio embaçar
E disse pra eu me pôr no meu lugar
Eu vejo um mano nessas condições, não dá
Será assim que eu deveria estar?
[Verse 19]
Irmão, o demônio fode tudo ao seu redor
Pelo rádio, jornal, revista e outdoor
Te oferece dinheiro, conversa com calma
Contamina seu caráter, rouba sua alma
[Verse 20]
Depois te joga na merda sozinho, é
Transforma um preto tipo A num neguinho
[Verse 21]
Minha palavra alivia sua dor
Ilumina minha alma, louvado seja o meu Senhor
Que não deixa o Mano aqui desandar, ah
E nem sentar o dedo em nenhum pilantra
[Verse 22]
Mas que nenhum filha da puta ignore a minha lei
Racionais Capítulo 4, Versículo 3 (Aleluia)
[Chorus]
(Aleluia) Racionais no ar filha da puta, pá, pá, pá
[Verse 23]
Quatro minutos se passaram e ninguém viu
O monstro que nasceu em algum lugar do Brasil
Talvez o mano que trampa debaixo do carro sujo de óleo
Que enquadra o carro forte na febre com sangue nos olhos
[Verse 24]
O mano que entrega envelope o dia inteiro no sol
Ou o que vende chocolate de farol em farol
Talvez o cara que defende o pobre no tribunal
Ou que procura vida nova na condicional
[Verse 25]
Alguém num quarto de madeira lendo à luz de vela
Ouvindo um rádio velho no fundo de uma cela
Ou da família real de negro como eu sou
Um príncipe guerreiro que defende o gol
[Verse 26]
E eu não mudo, mas eu não me iludo
Os mano cu de burro têm, eu sei de tudo
Em troca de dinheiro e um cargo bom
Tem mano que rebola e usa até batom
[Verse 27]
Vários patrícios falam merda pra todo mundo rir
Ha ha, pra ver branquinho aplaudir
É, na sua área tem fulano até pior
Cada um, cada um, você se sente só
[Verse 28]
Tem mano que te aponta uma pistola e fala sério
Explode sua cara por um toca-fita velho
Click, pláu, pláu, pláu, e acabou
Sem dó e sem dor, foda-se sua cor
[Verse 29]
Limpa o sangue com a camisa, e manda se foder
Você sabe por quê, pra onde vai, pra quê?
Vai de bar em bar, de esquina, em esquina
Pegar 50 conto, trocar por cocaína
[Verse 30]
Enfim, o filme acabou pra você
A bala não é de festim, aqui não tem dublê
Para os manos da Baixada Fluminense, à Ceilândia
Eu sei, as ruas não são como a Disneylândia
[Verse 31]
De Guaianases, ao extremo sul de Santo Amaro
Ser um preto tipo A custa caro
É foda, foda é assistir à propaganda e ver
Não dá pra ter, aquilo pra você
[Verse 32]
Playboy forgado de brinco Cu, trouxa
Roubado dentro do carro na avenida Rebouças
Correntinha das moça
As madame de bolsa
Dinheiro, não tive pai, não sou herdeiro
[Verse 33]
Se eu fosse aquele cara que se humilha no sinal
Por menos de um real
Minha chance era pouca
Mas se eu fosse aquele moleque de touca
Que engatilha, e enfia o cano dentro da sua boca
De quebrada sem roupa, você e sua mina
Um, dois, nem me viu, já sumi na neblina
[Verse 34]
Mas não, permaneço vivo, prossigo a mística
Vinte e sete anos, contrariando a estatística
Seu comercial de TV não me engana
Eu não preciso de status, nem fama
[Verse 35]
Seu carro, e sua grana, já não me seduz
E nem a sua puta de olhos azuis
Eu sou apenas um rapaz, latino-americano
Apoiado por mais de 50 mil manos
[Verse 36]
Efeito colateral que o seu sistema fez
Racionais Capítulo 4, Versículo 3
Written by: Mano Brown
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