Não me o dês

Foco no não e no diz para que diga

Manipulação, manipulação, manipulação

Esforço para que o espelho seja fotografia

Manipulação, manipulação, manipulação

Cada cicatriz que pintas e escondes

É pintada também, é pintada também

Álbum de memorias forretas

Poupas a vida para que no fim levem saco cheio de nada

Não me o dês, não me o dês, que eu vou

Não me o dês, que eu vou

Rasga-lo, perde-lo, gasta-lo, incendiá-lo

Bebe-lo, comê-lo, lixa-lo, prendê-lo, corta-lo

Vou rasga-lo, perde-lo, gasta-lo, incendiá-lo

Bebe-lo, comê-lo, lixa-lo, prendê-lo, corta-lo

(...)

Os olhos que descolas para dormir

Não me os dês, não me os dês

Quero poder olhar, deixar ambas as feridas secar

Fura-las outra vez

A boca, não a recortes

Não me a dês, não me a dês

Já não dá para a controlar, já não a posso carregar

Não me a dês, não me a dês

Não a quero, descolada do todo

Como, como, como, como um quadro sempre torto

Culpa do prego que a cima se encontra

Sempre à espera de cair

Culpa de um prego que a cima se encontra

Sempre à espera de cair

Não me o dês, que eu vou

Não me o dês, que eu vou

Rasga-lo, perde-lo, gasta-lo, incendiá-lo

Bebe-lo, comê-lo, lixa-lo, prendê-lo, corta-lo

Vou rasga-lo, perde-lo, gasta-lo, incendiá-lo

Bebe-lo, comê-lo, lixa-lo, prendê-lo, corta-lo