Presentada en

Créditos

AUSFÜHRENDE KÜNSTLER:INNEN
Rubens Tubenchlak
Rubens Tubenchlak
Künstler:in
Renato Luciano
Renato Luciano
Gesprochenes Wort
Gabi Porto
Gabi Porto
Gesprochenes Wort
MAÍRA
MAÍRA
Gesprochenes Wort
Fávish Tubenchlak
Fávish Tubenchlak
Künstler:in
Pedro Miranda
Pedro Miranda
Gesprochenes Wort
Soraya Ravenle
Soraya Ravenle
Gesprochenes Wort
Amanda Döring
Amanda Döring
Gesprochenes Wort
KOMPOSITION UND LIEDTEXT
Rubens Tubenchlak
Rubens Tubenchlak
Arrangeur:in
Fávish Tubenchlak
Fávish Tubenchlak
Songwriter:in
PRODUKTION UND TECHNIK
Rubens Tubenchlak
Rubens Tubenchlak
Produzent:in
Fávish Tubenchlak
Fávish Tubenchlak
Produzent:in
Lucas Ariel
Lucas Ariel
Mischtechniker:in
Ana Basbaum
Ana Basbaum
Produzent:in
Jerônimo Orselli
Jerônimo Orselli
Ingenieurassistent:in
Pedro Mesquita
Pedro Mesquita
Ingenieurassistent:in

Letras

Zeus, meu Deus, o que é que eu faço?,
perguntou, pra si, Actéon,
se digo que a vi no rio,
nesse seu banho secreto,
pode, ela, até me matar!
E então achou que mentir
fosse o melhor dos meios
de ele poder se safar.
 Ó, Deusa Ártemis, das flechas,
protetora das florestas,
não queria atrapalhar
esse seu banho noturno.
Juro que não tava vendo
nada, dali, escondido,
de cima do pedregulho.
Juro por Zeus! Eu te juro!
E, de nervoso que estava,
teve, no bucho, um embrulho.
 Se é assim, como é que sabe
que eu tava tomando banho?
perguntou-lhe logo a Deusa.
 É... que... depois que eu caí...
foi... daí... então... que... vi...
vi... a senhorita aqui...
mas... só... depois... que eu caí...
disse, ele, gaguejando
caqui caqui qui caqui...
Vo-vou pegar uma pele,
ou melhor... to-to-toalha,
que é pra você se enxugar.
Se fi-fi-ficar no mato,
molhada, no-no sereno,
po-pode se resfriar
emendou o caçador,
num tom de voz mais ameno,
tentando ser agradável,
buscando ser bem bueno,
mudando um pouco o assunto,
pisando noutro terreno,
pois sabia que das ninfas
só viria mais veneno.
E, saindo do riacho,
andando meio de lado,
foi para um canto pegar,
fingindo ser educado,
alguma daquelas peles
dos animais que caçara,
pra Deusa, então, se enxugar.
Era uma delicadeza...
pensou ele, com certeza,
totalmente equivocado.
 Mas isso é pele de bicho?
Pele de onça-pintada?
Não me fale que isso é...
pele de onça caçada!
 Claro que não. É sintética!
É pele de mentirinha.
Eu não sou ca-caçador...
 Tudo isso aí é sintético?
É tudo de mentirinha?
 Sim, sou... falsificador.
Eu fa-falsifico peles,
pra ninguém pre-precisar
vi-vir na mata caçar.
 Pois parecem de verdade!
 Sou o melhor da cidade!
continuava mentindo.
Mas ganhando confiança
dessas mentiras pregadas,
ia por dentro se rindo e
já nem gaguejava nada.
 Faço tão perfeitamente
cópias das peles dos bichos
que me chamam de herói!
E pensou consigo mesmo:
Se eu conseguir escapar
com vida desta floresta
vou, realmente, virar
um herói, arroz de festa'!
 Então o que você tava
fazendo aqui nesta mata?
insistiu, incerta, a Deusa.
 É que... nas noites... de lua...
eu venho aqui pra olhar...
olhar, aqui, na floresta...
os bichos de copiar.
Depois eu trago essas peles,
que eu fiz com tanto carinho,
pra conferir um cadinho,
se não tem o que mudar.
Quero que fiquem perfeitas
que é pra ninguém reclamar.
Imitar pele de bicho
é difícil pra danar!
O mundo fashion me ama!
Eu sou um grande estilista!
Ai, meu Zeus, como que é dura
toda essa fama de artista!
 E você veio sozinho?
  Vim com meus cinquenta cães.
Todos só de passear!
 Cinquenta cães de passeio!
Não lhe parece demais?
 Demais? Não sei... tanto faz...
é que eu fico mais seguro.
E as ninfas, então, falaram:
 Deve ter medo de escuro
e começaram a rir!
Mas o tratante do Actéon
não se deixou atingir:
 Eu bem já tava indo embora
com esses meus cães de passeio,
quando todos dispararam
correndo, sem nenhum freio,
enfeitiçados, coitados,
pelo canto dessas ninfas.
Nem sei por quê, de tão feio!
Elas não cantam tão bem
como canta a senhorita!
Digo, sem nenhum receio.
A sua voz, nobre Deusa,
é muito mais que bonita!
Ela tem uma beleza
praticamente infinita!
disse ele em galanteio.
E as ninfas pararam de rir,
com um pouco de ciúme
do estranho forasteiro
que falava aquelas coisas
todas, sem nenhum rodeio.
 Daí, fui atrás dos cães
seguiu relatando Actéon ,
mas acabei me perdendo,
e, então, de um momento pro outro,
já vivia um doce enleio,
ouvindo o seu belo canto,
Deusa do meu devaneio!
Fiquei hipnotizado e,
sem perceber, fui andando,
meio cego e desastrado...
e andando assim distraído,
fui subindo essa pedreira
como se fosse um sonâmbulo.
Subia, mas sem vontade,
sem saber nem o porquê.
Acho que tinha magia
nesse meu ir sem querer.
Quando eu dei por mim... caía.
E agora eu só tenho frio,
mesmo já fora do rio,
pois o meu sonho acabou.
E é melhor eu ir-me embora
pra deixá-la terminar
esse seu banho na flora,
que você mal começou.
E as ninfas pensaram, na delas:
Olha como esse velhaco
tá querendo dar o fora!
Um baita dum puxa-saco
inventando uma história!
Mas a Deusa parecia
estar, nele, acreditando.
E, por isso, lhe dizia:
 Se é assim, então... tá bem.
Não o farei de refém.
Se tudo o que disse é verdade,
vou deixar que vá-se embora.
Pode partir, ó, herói!
Não diga mais ai nem ui!
Quero escutar, tão somente,
vindo de ti, um já fui.
E, assim falando, a Deusa Ártemis
saiu de trás da moitinha,
pra dar, de volta, pro Actéon
aquela pele de oncinha,
onde enxugado se tinha.
Nesse momento, entrementes,
houve uma transformação.
Sob a luz da lua acesa,
o caçador viu a Deusa
bem juntinho e com atenção.
 Que-que biquíni bonito!
ele disse, gaguejando,
totalmente enfeitiçado.
É que o biquíni da Deusa
era um biquíni encantado.
Quem o mirava de perto
se tornava abobalhado e,
sem dizer coisa com coisa,
ia falando absurdos
dos tipos mais variados!
 Que-que-quer me namorar?
Quero ser seu namorado
foi dizendo, sem razão,
o caçador mentiroso
que era aluno de Quirão.
E ninguém acreditou
no que estava acontecendo.
 Ó! Que tremenda ousadia!
berraram juntas as ninfas.
E a Deusa ficou vermelha,
de vergonha e de alegria.
Tanto ficou que, pro Actéon,
já nem olhar mais podia.
E ele queria ir embora...
mas também não conseguia.
 Sei que você é uma Deusa...
mas... você não gostaria...
de ir comigo pra cidade?
Quem sabe, até lá morar?
Ia ser bem divertido!
Muito mais que neste mato,
sem nada pra se fazer.
Vem, que vai ser um barato!
Viver lá é tão legal!
E aqui é tudo muito chato...
 Mas que abuso!
 Mas que audácia!
 Esse cara tá se achando!
iam repetindo as ninfas,
gritando e gesticulando.
Foi, nesse ponto, que Actéon,
ouvindo tanto chilique,
teve na cabeça um clique e
desvencilhou-se do transe
do biquíni enfeitiçado.
Ficou olhando... parado...
e, quieto, foi matutando:
 Se eu conseguir namorar
a Deusazinha encalhada,
essa vai ser (disparada!)
a minha maior caçada!
Serei, de fato, um herói!
O campeão da trapaça!
E ao falar baixinho e rindo
essa Deusa é minha caça!,
por pouco não se entregou.
 O que que é que é caça?
quis saber a ninfa atenta,
ruiva e com fogo na venta.
 Caça? Não! Eu disse... casa!
Quem casa, que-que-quer casa!
É o ditado popular...
disse Actéon, bem confuso,
quase entrando em parafuso,
tentando raciocinar.
E pensou, depois, consigo:
Vamos que vamos, na raça,
que essa ninfa não me traça!
Daí, voltando pra Deusa,
foi logo gritando: Bingo!
 Ó, Musa, casa comigo!
Venha, já, pra minha casa.
Eu lhe imploro! Por favor!
Eu estou apaixonado
e não saberei viver
mais sem você, meu amor!
Nesse momento a floresta
inteirinha se calou.
Todos os bichos do mato,
o vento que assobiava,
e até o rio parou.
Todos queriam ouvir
o que a Deusa ia falar.
E aí... a Deusa falou.
Mas não falou simplesmente.
A Deusa, praticamente,
pra ele, se declarou!
Ela cantava e dançava
como se fosse num show!
Written by: Fávish Tubenchlak, Rubens Tubenchlak
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