Filho de Sorte

Tchê, vaqueiro

Tá tão difícil criar meu gado, meu irmão

A seca tá judiando demais

Tá tão difícil criar meu gado

E viver aqui no meu sertão

Tá tudo seco que chega a dar dó

Vendo o meu gado morrer, dói meu coração

Tá tudo seco que chega a dar dó

Vendo o meu gado morrer, dói meu coração

O meu cavalo já não tem mais forças

Pra correr boi lá na vaquejada

Tá tão magrinho que chega a dar dó

E molhado de suor, me pedindo água

Tá tão magrinho que chega a dar dó

E molhado de suor, me pedindo água

Minha família toda aperreada

Tão preocupada e nada de chover

Tô me virando de toda maneira

Pra fazer a feira pra a gente comer

Tô me virando de toda maneira

Pra fazer a feira pra a gente comer

Estúdio Clique, é do meu amigo Ivan

É em São Domingos Bahia, meu vaqueiro

Já me falaram pra mim ir embora

Buscar melhoras em outro lugar

Nasci aqui, aqui eu fui criado

Só de pensar em outro estado, dá vontade de chorar

Nasci aqui, aqui eu fui criado

Só de pensar em outro estado, dá vontade de chorar

Mas tenho fé no nosso senhor

Que sempre me ajudou, não vai me abandonar

Daqui a pouco a água cai no chão

Fica verde o meu sertão e a gente vai plantar

Daqui a pouco a água cai no chão

Fica verde o meu sertão e a gente vai poder plantar

Mas por enquanto, a gente vai seguindo

Rezando e pedindo, e todo dia orando

Não sou de pedra e nem sou de aço

Por isso, termino essa canção chorando

Não sou de pedra e nem sou de aço

Por isso, termino essa canção chorando

É a seca do meu sertão, vaqueiro

Judiando e maltratando demais

Isso aqui é Sela Rasgada